ENTREVISTA COM O BICAMPEÃO DOUGLAS BROSE


Conversamos com o Bicampeão do Mundial de Karate Sênior WKF.


Duas vezes medalha de ouro no Campeonato Sul-Americano, mais duas nos Jogos Sul-Americanos, outras duas no Campeonato Pan-Americano e, agora, duas no Campeonato Mundial. Além disso, diversos outros títulos e participações em campeonatos e eventos variados. Você já deve saber de quem estamos falando.

Douglas Brose, um dos grandes atletas brasileiros de Karate-Dō da atualidade, Bicampeão Mundial de Karate Sênior pela WKF (World Karate Federation). Um atleta que faz história no Karate-Dō brasileiro.

Natural de Cruz Alta/RS, o atleta conquistou sua primeira medalha de bronze em Campeonato Mundial, em Tóquio, no ano de 2008.

Em 2010 foi campeão, com a medalha de ouro, em Belgrado e em 2012 conquistou sua terceira medalha, desta vez de prata, em Paris. Agora, em 2014 foi novamente campeão mundial em Bremen, na Alemanha, ao vencer o holandês Geoffrey Berens.

Perdeu a luta? Confira abaixo e continue lendo depois.


Foi no calor desta conquista que entramos em contato com o atleta, que entre seus intervalos de treino e planejamento para 2015, concedeu uma breve entrevista. Confira abaixo este bate-papo rápido.

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Karate Nerd: Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer pela entrevista e parabenizá-lo pela conquista de mais um Campeonato Mundial WKF, desta vez o de 2014. Como é realizar este sonho e, ainda mais, pela segunda vez? 

Douglas Brose: É muito bom! Se existe alguma sensação que é inexplicável é a de ser campeão mundial. E pela segunda vez é ainda mais gostoso. 

KN: Bom, vamos saber um pouco mais de você antes de continuar a falar do campeonato. Esta pergunta já é batida, mas precisamos saber: quando e porque você começou a treinar Karate?

DB: Comecei em uma academia perto da minha casa e depois migrei para o colégio onde eu estudava. Fui motivado a praticar a arte porque gostava muito de filmes de luta.

KN: Pelo que conhecemos de sua história, a competição sempre fez parte dela. Você costumava vencer os campeonatos (mesmo os menores) desde o começo?

DB: Sim, desde o início eu sempre fui muito competitivo. Então, desde criança eu já vencia as competições. 

KN: Falando agora sobre escolhas: você resolveu se especializar no Kumite desde cedo? Ou essa preferência foi surgindo depois?

DB: No início eu fazia tanto Kata quanto Kumite. Porém, como em 1999 fui campeão brasileiro de Kumite, isso me motivou a dar uma atenção especial para esta modalidade. 

KN: Você é um atleta que se destaca no cenário brasileiro: Campeão Sul-americano, Pan-americano e Mundial mais de uma vez (bem mais!). Em uma antiga declaração, Edgar Ferraz, ex-presidente da CBK, apontou você como o maior medalhista e principal atleta de Karate brasileiro de todos os tempos. O que motiva você a se manter nesta luta com tanta energia?

DB: O que me motiva a continuar é que eu nunca acho que estou bom. Então, cada vez mais eu treino e me dedico, nunca ma satisfazendo com os resultados. 

KN: Quando você se deu conta de que poderia competir a nível mundial?

DB: Em 2006, quando participei do meu primeiro mundial, eu vi que era possível. Porém, teria que mudar muitas coisas no meu treino e na minha cabeça. 

KN: A estrada que um atleta de seu porte percorre não é fácil. Como foi a preparação para o Mundial de 2014? Conte-nos um pouco dessa trajetória.

DB: Bom, antes do campeonato mundial eu participei de nove competições de nível mundial, Isso me fez chegar muito bem preparado nesta competição. 

KN: Você diria que esta foi sua maior conquista? Ou o primeiro mundial ainda desperta uma emoção maior no peito?

DB: O primeiro, com certeza, desperta maior emoção, pois foi a primeira vez que soube o que era ser campeão do mundo. Já o segundo foi uma sensação um pouco diferente.

KN: O sorteio de chaves para montar as disputas pode acabar sendo uma roleta russa. Qual foi a luta mais difícil que você enfrentou nesta competição?

DB: Acredito ter sido a minha segunda luta, contra o atleta da Turquia. 

KN: Sabemos que nosso país é mais focado em outros esportes (como o futebol) e muitas vezes não existem incentivos por parte das instituições particulares ou públicas. Além disso, programas como o “Bolsa Atleta" são bem concorridos e possuem critérios rigorosos. Quais as principais dificuldades que você enfrentou para permanecer na prática do Karate e chegar no topo das competições?

DB: Eu, particularmente, não diria que tive muitas dificuldades, mas sim muito trabalho. Sempre corri atras da infraestrutura que eu precisava para ser um atleta de ponta e nunca desisti, até conseguir.

KN: Para terminar: se você pudesse dar três dicas para os karateka que se inspiram em você, quais seriam? 

DB: Disciplina, foco e seja profissional. 

KN: Douglas, muito obrigado pela participação e, mais uma vez, parabéns pelo Bicampeonato Mundial. A equipe e o público do Karate Nerd desejam a você e a sua família um futuro cada vez mais brilhante e cheio de conquistas. O espaço é seu para deixar mais algum recado para seus inúmeros fãs, se quiser.

DB: Agradeço a todos pela torcida e por todas as mensagens que me foram enviadas.

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Agradecemos profundamente ao Douglas por investir seu tempo nessa entrevista, ainda mais em uma época de planejamentos para 2015. Que você continue treinando e conquiste ainda mais vitórias no futuro.

Estaremos torcendo por você em 2015. Sucesso e Ganbatte [頑張って]!!!

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Professor de Karate-Do pela Wado-ryu Renmei do Brasil
Mestrando em Gerontologia Biomédica - PUCRS
Bacharel em Educação Física - UFRGS
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2 comentários:

  1. Show!

    Realmente um grande atleta, que orgulha os praticantes de karate-do brasileiros.

    Osu!

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